GRANDES Vs pequenos

Dizem que os pequenos chegam onde chegam os grandes. Ora, e sendo eu o pequeno, quero mostrar que isto é uma enormidade falsidade, em todos os aspectos nos quais isto se pode aplicar.
Componente física: é preciso ir buscar um banco ou um escadote, e às vezes ainda é preciso esticarmo-nos.
Componente sexual: o que vale é que grande parte do sexo é feito na horizontal, senão… nem aos saltos um gajo se safava.
Componente mental: burro que é burro, é burro, e contra isto não há nada a fazer.
Componente da condução: um bem-haja para os bancos que sobem e que se chegam à frente, e malditas das alavancas das mudanças que ficam lá para trás.
Componente da diversão: montanhas russas que têm como limite mínimo 1,50m. Pura descriminação, digo eu, se cair, cai. Problema meu!
Componente alimentar: as meias doses e os mini pratos foram grandes invenções.
Componente cinematográfica: é bom descobrir novas aplicações para as almofadas do sofá.
Componente futebolística: a seguir a um golo a visibilidade é nula. O que vale é que nos estádios nunca há repetições.
Componente ciclista: as bicicletas das crianças são sempre muito mais apetecíveis.
Componente veraneante: na praia, nunca se deve acreditar quando dizem “anda, que aqui há pé”.
Componente de camuflagem: “estavas aí, nem te tinha visto” …
Componente motociclista: subir para uma DT e parecer que se está a subir para uma DTR.
Componente feminista: nunca ouvi dizer que era dos mais pequenos que elas gostavam (carecas filhos da puta – nada pessoal).
Componente laboral (escritório): que giro que é estar sentado na cadeira e não chegar com os pés ao chão.
Componente laboral (operário): “desculpe, mas apesar das suas boas referências, lamento informa-lo que a nossa linha de montagem encontra-se bastante alta”
Componente machista: está por desfazer o estigma da proporcionalidade, mas eu mostro (se for preciso).

Em criança, quando me perguntavam, eu respondia: “quando for grande, eu quero ser grande!”.